PINTURA, SENTIMENTO, OBRA DE ARTE, VIVÊNCIA...UM MIX DE ANDREA ANNUNZIATA E SUAS PAIXÕES BEM DEFINIDAS!

OI, Agora domingo à noite....visito o blog de Andrea Annunziata, o FalaAnnunziata, e resolvo pedir licença à autora da obra (que está aí postada),para falar sobre a obra! Porque no primeiro momento que vi, algo ocorreu em mim! A pintura não é só muito linda...é mais que isso!..não é toda obra de arte, considerada ou não, afinal temos tantos pintores anônimos por aí,que faz ou fez "esta" em especial comigo! Me comovi! É, foi isso, talvez eu tenha estado lá em outras vidas. será? Esta garota, assim a chamo porque tem espírito novo, infantil, radiante, ela fez isso comigo, me emocionou, me comoveu ao ver sua pintura. Tem talento! Vocês talvez dirão: " Nada demais!"...sim, pode até ser...mas não é só um desenho ou uma simples pintura. Tem estória,vem com um grande "calafrio", quando olhamos para ela, como se pudessemos nos sentir no local, ou já termos estado lá...ou com um olfato apurado pode-se "cheira"o local! Se se fecha os olhos pode-se ouvir ruidos, afastados, mas nítidos: grunhidos de humanos, presos por igualmente humanos...uma certa repulsa que facina, vislumbres, que embora talvez remotos, Andrea consegue captar, perceber,com uma atitude mental, visivelmente doada só à alguns, Impressões físicas, e sensações, que só certos artistas conseguem, além disso tudo, o mais difícil, colocar na tela, com cores e tintas, tudo que a impressiona no momento, isto, é ser artista, por ter que ser artista. Vencer e dominar o pincel à seu serviço e dom! Ela mexe no momento que "constroe" sua obra, não só com seus pincéis e tintas, mas o faz com tons de sua alma, e deste modo, consegue transmitir aos mais sensíveis, não só uma simples cena, mas uma reviravolta , uma inquietude, e até mesmo uma perturbação emocional do local. Este detalhe, não pequeno, nem comum é que faz um artista, não recair no normal, no óbvio, no habitual, no banal. Esta diferença a meu ver, é o que faz um artista ser um artista: toque excêntrico e infrequente! LINDO DEMAIS ANDREA! beijos Ana ps da artista: p.s. A obra de minha autoria, que estará na amostra, chama-se "Let's forget how fragile we are". Trata-se da época em que vivi na Baía de São Francisco (California), retratando o Farol da Ilha de Alcatrazes, visto do meu Studio em Kensington... e que portanto teve muita importância na minha vida. Foram meses observando o farol... e refletindo naqueles que ficaram presos na Ilha. O título vem de encontro à fragilidade humana, existente em todos os seres, sejam presos ou não.

CORPO que QUEIMA CORPO que NASCE

- carne que queima, queima o corpo, o sangue borbulha, tudo nefasto e rápido e tudo fica quieto em frangalhos. Corre o dia as horas rápidas e eu sobro em cinzas.. -como sobrar algo de quase nada...? Mas ainda sobro em cinzas. -mesmo assim ainda queima, arde em fogo bélico,nada sobra,cinzas sobrarão! O caminho some, só hà o caminho que leva ao nada, a lugar nenhum.Este permanece lá...à espera... -Cachorros que passam e farejam e ainda procuram por sobras de vida. ...às cegas, nada é encontrado mais, nem dentro ou fora.Só cinzas! lobos ainda sentem o cheiro do corpo queimado, ardente e gozado em notas de dor! Repelem-se os corpos em fogo ardente, gritos de horror e dores incríveis! Saltam chamas em formas, e disformes. Golpeiam os males do passado como espadas de samurais. facas pontiagudas, já muito usadas, muito limadas, agora com serventia previamente sabida.(serão usadas?), ou nem serão necessárias? Crianças que nascem de dia,de tarde à noite,pela madrugada. pessoas que esquecem de anunciar a dor,apavoram de repente, ferem e queimam,e sorriem e riem. Gargalhadas se ouvem ao longe...vindas de todos enfim! Fantasmas da tarde, agindo à meses...de repente, revoltantes e revoltados, correm pela chuva torrencial,fuçam e mexem, remexem e descobrem o sofrido. Tudo desvendado quase contado, sem mais mistérios. carne que arde, queima e cheira e vira um ranço enorme em breu ainda rosa e morno. Os colos os peitos, as coxas, os braços que embalam agora.Já são outros e de outros,amamentam com douçura e sem mais nenhuma sexualidade. Vida que surge das cinzas de outros. O mundo revirado e destorcido por multiplos espelhos devendando tudo,atrapalhando tudo, embaralhando tudo: solucionando. ...quarto em desordem,cozinha imunda...banheiros sufocantemente mal cheirosos. Casa,morada,alma,sombria,machucada,intolerável dor. Mentiras acabadas: corpo que nasce, corpo que queima, tudo ao mesmo tempo em dois lugares distintos. O amanhecer, o entardecer,e fica o escurecer... prá sempre, cinza, cinza, e em cinzas mortais e perpétuas! E cai a noite, como o cego via e ainda vê! Nasce o dia seguinte, com felicidade, e dor. E eu resto em cinzas, sem pudor! Sobraram cinzas...ainda quentes.

Ana Acquesta

Ana Acquesta
Ana Acquesta