VAI

É, vai, vai sim, Arruma outra que já não sirvo mais, Estou velha, e nunca fui mesmo muito eficiente. É, vai, vai sim, Que é teu desejo e quanto a isso não posso lutar. Já não presto mais, me jogue fora, sim! É, vai sim, vai... Vai e encontra outra, pra te seguir pelo metro, pela cidade, Pelas lojas pelos bares, que não bebo mesmo. É, vai sim, vai, vai.. É de seu direito e para que ficar? Se não me quer mais, afinal quem irá perder? Vai, vai, que é livre, e sensata. Afinal para que apelar para o lado emocional, chorar? Sabe o que te falo? você muda pra melhor! Vai, assim quer, é de sua vontade. Pra que segurar, mudar o tom da música, tirar a harmonia, Só porque vou sofrer? Não. Melhor não. Eu compreendo, compreendo perfeitamente, Tanta gente já se foi, E à tanta gente você já deixou... Porque seria diferente comigo, ou com você? Afinal eu sei das minhas limitações: Não sei qual autor é o livro, Não sei da vida e obra de ninguém, Só sei amar intensamente, e isto de nada bastou! Não tenho Trabalho fixo, não sou rica, Não tenho talento que outros tem. Sou apenas um caminhante errante talvez, neste mundo indecifrável. Muita coisa à se apreender, Muito a errar, e muito á ajudar. Vai, vai que é de seu gosto, e seu desejo, E isso de certa forma tem que me fazer feliz. Afinal o amor é pra isso, Saber que a pessoa que amamos está bem, e feliz! De resto só a agradecer, todo bem que me foi feito, Todo amor que recebi.

Ana Acquesta

Ana Acquesta
Ana Acquesta