Efeito Colateral

Pelas orelhas o sangue quente, fresco. A cabeça à explodir. Mãos que terminam em rachos profundos, Ferimentos generalizados. Cortes, rasgos, Carnes abertas, que não cicatrizam, sangramentos que não estancam. Nem mais doem. Olhos doentes. Boca amarga e sêca. Não há calor, nem frio, Uma pílula agora, outra depois, duas daqui à pouco, De manhã um comprimido ou dois em jejum, mais dois com o café matinal. Outra pílula no meio da manhã, Mais duas no almoço, Passam-se as horas... Não muitas, novamente, A mesma cena se repetindo, Um grande gole, um copo d’agua, outro para descer bem. E as “coisas” vão acontecendo, ou não. O pior se passa à noite. Abstração total. Memória perdida: Falar o que não se lembra, Sempre, ou nunca. Confusão total, Palavras por vezes pronunciadas confusamente e gaguejadas Impossível seguir raciocínios! Um pouco de dor, Azia, Mas estou calma, não há nenhum indício de agressão! Nenhum vestígio de surto. Tudo sobre controle. Nenhum perigo eminente! E mais um guela abaixo! Talvez dois. Nem lembro mais o início do texto!

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Ana Acquesta

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